RESENHA - A SOMBRA DO VENTO

Livro: A Sombra do Vento (La Sombra Del Viento)

Autor: Carlos Ruiz Zafón
Editora: Suma de Letras
Paginas: 464
ISBN: 9788556510341

Apresentação Via Companhia das Letras

"Barcelona, 1945. Daniel Sempere acorda na noite de seu aniversário de onze anos e percebe que já não se lembra do rosto da falecida mãe. Para consolá-lo, o pai leva o menino pela primeira vez ao Cemitério dos Livros Esquecidos. É lá que Daniel descobre A sombra do vento, romance escrito por Julián Carax, que logo se torna seu autor favorito, sua obsessão. No entanto, quando começa a buscar outras obras do escritor, Daniel descobre que alguém anda destruindo sistematicamente todos os exemplares de todos os livros que Carax já publicou, e que o que tem nas mãos pode muito bem ser o último volume sobrevivente. Junto com seu amigo Fermín, Daniel percorre a cidade, adentrando as ruelas e os segredos mais obscuros de Barcelona. Anos se passam e sua investigação inocente se transforma em uma trama de mistério, magia, loucura e assassinato. E o destino de seu autor favorito de repente parece intimamente conectado ao dele".  

A sombra do Vento de Carlos Ruiz Zafón é o primeiro livro da serie intitulada o cemitério dos Livros Esquecidos, cujo desfecho enfim iremos conhecer nesse ano de 2017 com o lançamento de o Labirinto dos Espíritos  o quarto e ultimo livro da serie; em breve iremos conversar um pouco sobre os demais livros da serie, mas por hoje vamos conversar sobre o seu começo arrebatador.

Bom, não tive a oportunidade de ler tantos livros quanto gostaria nessa minha recente jornada no mundo da literatura, mas poucos livros me cativaram com tanta facilidade como este, me lembro muito bem da noite em que estava percorrendo o site lelivros.com, em busca de algum livro de suspense e lá estava ele, parecendo que aguardava por mim, o titulo enigmático e a capa com a aparência sombria fez, aos meus olhos, parecer que o livro gritava para ser lido, e foi assim que caí na tentação de ler a sinopse e ali, naquela Bendita hora, logo naquela pequena descrição, me vi imundado pela curiosidade de saber mais sobre esse lugar tão peculiar chamado de o cemitério dos livros esquecidos e  instigado a descobrir porquê o livro escrito por esse tão mistério Carax pode levar a Daniel, e todos aqueles a quem ele ama, a um destino terrível...

Com um enredo espetacular, marcado pela influencia de grandes escritores como Dumas e Victor Hugo, o livro, desde o começo, com sua narrativa carregada de mistério me cativou de tal forma que simplesmente não conseguia parar de ler. A trama foi dividida em épocas, o que possibilita que acompanhemos o amadurecimento do personagem ao longo da historia, e totalmente escrita na primeira pessoa, e somando tudo isso temos um efeito simplesmente espetacular, o leitor passa o livro transitando entre a visão do protagonista ante a todos os efeitos que estar envolvido nesse mistério acarreta, e a visão de alguns personagens secundários, que diga-se de passagem são aproveitados pelo autor de maneira brilhante contribuindo diretamente no momento em que a historia atinge seu ápice.

    Para finalizar, gostaria de citar alguns dos meus trechos favoritos do livro, os diálogos  nos quais o autor mostra conhecer profundamente a alma de nós leitores, e nos presenteia com dialogo repletos de amor ao prazer da leitura.  

"[...]– Este lugar é um mistério, Daniel, um santuário. Cada livro, cada volume que vês, tem alma. A alma de quem o escreveu e a alma dos que o leram e viveram e sonharam com ele. Cada vez que um livro muda de mãos, cada vez que alguém desliza o olhar pelas suas páginas, o seu espírito cresce e torna-se forte.[...]" p.9

"[...]poucas coisas marcam tanto um leitor como o primeiro livro que realmente abre caminho até ao seu coração. Aquelas primeiras imagens, o eco dessas palavras que julgamos ter deixado para trás, acompanham-nos toda a vida e esculpem um palácio na nossa memória ao qual, mais tarde ou mais cedo – não importa quantos livros leiamos, quantos mundos descubramos, tudo quanto aprendamos ou esqueçamos -, vamos regressar.[...]" p.11

"[...]– Nunca me tinha sentido agarrada, seduzida e envolvida por uma história como a que aquele livro narrava – explicou Clara. – Até então para mim as leituras eram uma obrigação, uma espécie de multa a pagar a professores e tutores sem saber muito bem para quê. Não conhecia o prazer de ler, de explorar portas que se nos abrem na alma, de nos abandonarmos à imaginação, à beleza e ao mistério da ficção e da linguagem. Tudo isso para mim nasceu com aquele romance."[...] p.26