Sinto muito, por não sentir mais nada



    Coloco a cabeça no travesseiro, não entro mais em desespero, me viro para o lado esquerdo e a saudade já não mais me aperta o peito. Meus sonhos são vagos, quando acordo não os recordo, mas sei que não foram a utopia, que um dia sonhei para nos. 
    Durante o café, não sinto mais saudades do seu cafuné ou de quando por debaixo da mesa entrelaçávamos os pés. O que me preocupa é só a escolha – Bolo ou Broa? Pão ou torrada? – Já não sinto mais nada !!! -  Desço pela escada. Caminhando pela calçada, olho para a sacada do nosso antigo apartamento, e não mais lamento as noites que passamos ali ao relento, só admirando o luar, sem nada falar.
    Um passeio no parque para espairecer, antes de anoitecer. A brisa leve, vem de a meu encontro. Hoje vaga, sem lembranças. Toda essa frieza me cansa, volto para casa com a esperança de que meu coração volte a bater, por você. Talvez eu não quisesse realmente te esquecer. Mas agora, infelizmente é tarde de mais. Me sinto como uma criança, reaprendendo a andar, solta no vácuo, sem nada para me agarrar, para me sustentar de pé. O que me permitia manter caminhando, era todo aquele misto de amor e ódio, que eu sentia por você. A minha meta era te esquecer, não esperava que isso me tiraria todo o sentido de viver. Sinto muito ... por mim e por você.


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